terça-feira, 30 de novembro de 2010

É MUITA MISÉRIA PELO MUNDO AFORA!

É MUITA MISÉRIA PELO MUNDO AFORA!
Helci R. Pereira

Passeando pelo Brasil e pelo mundo afora, através
Da leitura de Revistas, de Jornais,
Das audições radiofônicas e televisivas e
Em percursos virtuais pela internet,
Temos nos extasiado com as maravilhas
Que vemos e ouvimos a cada momento.
Todavia, muitas vezes nos acabrunhamos,
Ficamos contristado e até desalentado,
Face a tantas misérias que testemunhamos.
No Camboja, tido como o paraíso dos pedófilos,
É repugnante a ação dos praticantes da pedofilia.
Uma em cada 3 crianças é soropositiva e
As prostitutas de rua têm menos de 15 anos.
A exploração sexual de menores cresce assustadoramente,
Em países do terceiro mundo, na verdade, em todo o mundo,
Até com a absurda conivência de familiares.
É muita miséria pelo mundo afora!
A miséria a e a fome são gêmeas inseparáveis.
Uma não vive sem a outra, em qualquer lugar.
Seja onde for, em países pobres da África ou
No Nordeste do Brasil e nas suas metrópoles,
Pessoas aos milhões não têm o que comer
E, quando se alimentam, o fazem pouco e mal.
Seus filhos já nascem bem fraquinhos,
E crescem, se sobreviverem, com sérias dificuldades,
Face às doenças que os vitimam antes de nascerem,
Aos malíssimos vírus da fome e da desnutrição.
É muita miséria pelo mundo afora!

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

A Escola Dominical – Meristema de sustentação da Igreja


A Escola Dominical – meristema de sustentação da Igreja
Uma das metáforas mais belas com que a Escritura Sagrada ilustra o crente e a igreja é a figura da planta.
“O justo florescera como a palmeira, crescerá como o cedro no Líbano” (Salmo 92:12). “Ele é como a árvore plantada junto à corrente de águas” (Salmo
1:3). “Eu sou a videira e vós os ramos” (João 15:5); “O campo é o mundo; a boa semente são os filhos do reino” (Mateus 13:38); “...e vos designei para que vades e deis frutos” (Jo 15:16); “Toda planta que meu Pai celestial não plantou será arrancada” (Mateus 15:13).
A figura da planta é belíssima e muito significativa porque tudo o que ocorre com ela encontra paralelo na vida do crente individualmente, e da Igreja, coletivamente.
Uma vez colocada a semente (a Palavra) na terra (o coração do crente) desencadeia-se o processo de germinação e crescimento: é o novo nascimento. Aflorando à superfície, o pequenino broto, frágil e tenro, tem de vencer vários obstáculos para crescer: as aves (o maligno) que o danificam; o solo pedregoso (as angústias e perseguições); os espinhos (os cuidados do mundo e as riquezas). A palavra que cai em boa terra faz germinar a árvore – o crente, ou a igreja – cujo objetivo é crescer e frutificar.
Ensinam os botânicos que o crescimento das plantas se dá através dos chamados meristemas. Meristemas é um sistema de células de alta reprodutividade. Há dois tipos de meristemas: o primário e o secundário. O meristema primário são aquelas células localizadas nas zonas de alongamento da planta , ou seja, nas extremidades das raízes e nas pontas dos galhos.
O meristema secundário são as células que fazem o caule e os galhos crescer em espessura e firmeza. Quanto mais antigas, mais rijas e resistentes. A mínima brisa, faz balouçar as pontas dos galhos, onde se desenvolve o meristema primário, mas o tronco e as bifurcações, se estiverem bem espessas, fortes e firmes, resistem aos vendavais.
Quando Jesus disse: “Ide e pregai...” falava do primeiro meristema, referindo-se ao fenômeno da conversão que procede à pregação, que vem da graça, mediante a fé. Mas quando ele disse: “...ensinado-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado”, referia-se ao segundo meristema – o crescimento no conhecimento, que dá firmeza ao crente.
Cabe à Escola Dominical, através do ensino, precipuamente, prover a igreja desse crescimento típico do meristema secundário da planta. De nada adianta converter sem ensinar. Há igrejas que se entregam a uma grande atividade evangelística, esquecendo-se porém, de doutrinar progressivamente os conversos, deixando-os como presas fáceis das aves, do solo pedregoso e dos espinhos. É preciso crescer nas duas maneiras, diz o apostolo: “crescer na graça e no conhecimento” (2Pedro 3:18).
Bendita Escola Dominical! – Adaptado – Brasil Presbiteriano

Encerrando Ciclos: Fernando Pessoa


Sempre é preciso saber quando uma etapa chega ao final...
Se insistirmos em permanecer nela mais do que o tempo necessário, perdemos a alegria e o sentido das outras etapas que precisamos viver...
Encerrando ciclos, fechando portas, terminando capítulos. Não importa o nome que damos, o que importa é deixar no passado os momentos da vida que já se acabaram.
Foi despedida do trabalho? Terminou uma relação? Deixou a casa dos pais?

Partiu para viver em outro país? (1)
A amizade tão longamente cultivada desapareceu sem explicações?
Você pode passar muito tempo se perguntando: por que isso aconteceu?.
Dizer para si que não dará mais um passo enquanto não entender as razões que levaram certas coisas, que eram tão importantes e sólidas em sua vida, serem subitamente transformadas em pó.
Mas tal atitude será um desgaste imenso para todos: seus pais, seu marido ou sua esposa, seus amigos, seus filhos, sua irmã, todos estarão encerrando capítulos, virando a folha, seguindo adiante, e todos sofrerão ao ver que você está parado.
Ninguém pode estar ao mesmo tempo no presente e no passado, nem mesmo quando tentamos entender as coisas que acontecem conosco.

O que passou não voltará: não podemos ser eternamente meninos, adolescentes tardios, filhos que se sentem culpados ou rancorosos com os pais, amantes que revivem noite e dia uma ligação com quem já foi embora e não tem a menor intenção de voltar. (2)
As coisas passam, e o melhor que fazemos é deixar que elas realmente possam ir embora.
Por isso é tão importante (por mais doloroso que seja!) destruir recordações, mudar de casa, dar muitas coisas para orfanatos, vender ou doar os livros que tem.
Tudo neste mundo visível é uma manifestação do mundo invisível, do que está acontecendo em nosso coração...
.... e o desfazer-se de certas lembranças significa também abrir espaço para que outras tomem o seu lugar.
Deixar ir embora. Soltar. Desprender-se.
Ninguém está jogando nesta vida com cartas marcadas, portanto às vezes ganhamos, e às vezes perdemos.
Não espere que devolvam algo, não espere que reconheçam seu esforço, que descubram seu gênio, que entendam seu amor. (3)
Pare de ligar sua televisão emocional e assistir sempre ao mesmo programa, que mostra como você sofreu com determinada perda: isso o estará apenas envenenando, e nada mais.
Não há nada mais perigoso que rompimentos amorosos que não são aceitos, promessas de emprego que não têm data marcada para começar, decisões que sempre são adiadas em nome do "momento ideal".

Antes de começar um capítulo novo, é preciso terminar o antigo: diga a si mesmo que o que passou, jamais voltará.
Lembre-se de que houve uma época em que podia viver sem aquilo, sem aquela pessoa, nada é insubstituível, um hábito não é uma necessidade.
Pode parecer óbvio, pode mesmo ser difícil, mas é muito importante.
Encerrando ciclos. Não por causa do orgulho, por incapacidade, ou por soberba, mas porque simplesmente aquilo já não se encaixa mais na sua vida.
Feche a porta, mude o disco, limpe a casa, sacuda a poeira. Deixe de ser quem era, e se transforme em quem é. (4)

Torna-te uma pessoa melhor e assegura-te de que sabes bem quem és tu própria, antes de conheceres alguém e de esperares que ele veja quem tu és...
E lembra-te :“Tudo o que chega, chega sempre por alguma razão”

(…) Fernando Pessoa

Opinião do bloguista:
1. É possível que alguns itens desse parágrafo não se apliquem a vida cristã;
2. A parte em itálico não se aplica ao evangélico;
3. Isso é muito profundo;
4. Será que é fácil, não, mas não impossível.

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Rev. Caio Fábio Ainda Fala - 26


QUEM PODE ENTENDER O CAMINHO DE UM HOMEM COM UMA MULHER?...‏

Há três coisas que são maravilhosas demais para mim; sim, há quatro coisas que não entendo: o caminho da águia no céu, o caminho da cobra na penha, o caminho do navio no meio do mar, e o caminho de um homem com uma mulher.

A confissão da Sabedoria no livro de Provérbios nos diz que um dos mais indevassáveis mistérios humanos nesta existência é o caminho de um homem com uma mulher.
Quando há amor, encontro, desejo, vínculo, irmandade, jugo existencial dividido justa e harmonicamente; quando o que os vincula é mais forte do que a morte; quando dois se fazem um em uma simbiose sadia; quando suas mentes vão se tornando uma só; quando seus sonhos na vida se tornam comuns; quando seu tesouro é um ter o outro; quando até os filhos são menos do que os dois são um para o outro; quando até os desencontros os aproximam mais... — então, diz a Sabedoria, se está diante de um mistério...: o caminho de um homem com uma mulher...
O que faz tal encontro que faz encontrar... acontecer como encontro real e definitivo?
Ora, é na confissão de ignorância que a Sabedoria lança luzes sobre o fenômeno...
Sim, é pelas coisas que são maravilhosas demais para serem entendidas [três coisas...] que o sábio busca luz para melhor discernir o mistério mais profundo, que é mais que “maravilha”..., sendo de fato aquilo que não entendemos...: o caminho de um homem com uma mulher.
Dentre as coisas maravilhosas demais, diz o sábio, há três que o deixam perplexo...
O caminho da águia no céu...
É caminho altaneiro, com direção e objetivo, com olhar que vê ao longe, com visão perspectiva e prospectiva, com intenção de trazer comida ao ninho, com o instinto de que os bens ganhos devem ser divididos com quem espera por nós no ninho feito nas alturas da esperança...
Além disso, é um caminho leve, entregue ao vento, capaz de planar, de se deixar levar, de descansar no tapete do vento enquanto olha o que pode ser alimento e vida...
Desse modo, o caminho da águia no céu é feito de direção e objetividade de propósitos, tanto quanto é feito de leveza e de confiança no vento; e mais: leva em si o paradoxo de ser objetivo e, ao mesmo tempo, leve e solto...
O caminho da cobra na penha...
É caminho na rocha, por isto é uma vereda sem marcas e sem pegadas... Não há rastros... Não há manchas para trás... Sim, as marcas são as da não marcas... Sim, trata-se da vereda que não traumatiza e não assusta para o mal... Não há surpresas... Não há marcas “paralelas”... De fato, não há pegada alguma...
O caminho do navio no meio do mar...
É o caminho de quem não se assusta com as vagas, os vagalhões, com as ondas gigantes, com os monstros marinhos, e com o abismo...
Sim, é caminho que se guia [no passado...] apenas pelos céus, pelos mapas escritos nas estrelas, pelas veredas feitas de marcas superiores; acima, fixas, imutáveis...; e, por isto, mesmo não entendendo o mar, o marinheiro de três mil anos atrás singrava a morte dos oceanos apenas olhando para os céus...
Ora, são essas “maravilhas” que iluminam o mistério do caminhar entre um homem e uma mulher...
Sim, pois o caminho de um homem com uma mulher não é para ser entendido ou anatomizado...
Não! O caminho de um homem com uma mulher é para ser vivido, não para ser explicado...
Aliás, relações que se explicam muito têm quase sempre nada em si mesmas...
Os vínculos que perduram são os que estão para além de qualquer explicação humana...
É!... São... Basta ser...
Entretanto, embora eu não entenda o caminho de um homem com uma mulher, sei, todavia, que seu modo é como o da águia no céu, como o da cobra na rocha e como do navio solto no meio do oceano há mais de três mil anos...
Portanto, o que faz possível o misterioso caminho de um homem com uma mulher, à semelhança da vereda da águia, é sua decisão de caçarem juntos, de buscarem as mesmas coisas, de se referenciarem pelo mesmo monte, pelo mesmo ninho, pelos mesmos filhos, pela mesma noção intrínseca de objetivo, propósito e direção... Isto, ao mesmo tempo em que se confia também no vento, no improviso, na flexibilidade, nas correntes de ar, na leveza enquanto de busca o objetivo comum...
Do mesmo modo o caminho de um homem com uma mulher não se explica, mas se maravilha ante a possibilidade de se viver uma vida sem marcas alheias, sem manchas, sem passado ou presente de traição, sem mágoas, sem trilhas estranhas...
Quem anda na rocha não deixa marcas para trás...
Quem, como uma cobra, anda na rocha, menos marcas ainda deixará para trás...
Assim, o caminho de um homem com uma mulher será tão mais misterioso quanto mais limpo e simples ele seja...
Além disso, o caminho de um homem com uma mulher é apenas possível ante a escuridão dos fatos, da vida, da turbulência da existência, das vagas imensas e das subitezas de toda sorte de tempestades... — se o caminho for feito acima do imediato e dos seus monstros inevitáveis; e isso só é possível quando os “marinheiros” desta travessia olham e se guiam apenas pelos sinais dos céus...
Havendo tais coisas, apesar de misterioso e inexplicável, o caminho de um homem com uma mulher será possível...
Sim, com direção e leveza, com andar limpo e sem marcas e manchas, com orientação que transcenda os tumultos do imediato e de seus oceanos de perigo...
Ora, sem tais coisas não vale a pena entregar-se à aventura...
Seria como uma águia sem rumo e sem direção...; como uma cobra na lama, atolada e cheia de marcas de suas revolvencia...; ou como um navio antigo, há milhares de anos, insistindo em viajar por mares perversos sem olhar para o único meio possível de orientação: os céus!...
Hoje, muitos querem o caminho de um homem com uma mulher, mas, sem a direção comum, sem a leveza no processo, sem a limpeza no andar, sem os céus a guiar...
Portanto, o que tais pessoas têm é apenas a rapinagem da águia sem ninho e sem compromisso com filhotes e com aquela que deles cuida; sem a honra de um caminhar que não tem o que esconder; sem o olhar superior que vence o mundo... — e, apesar de nada disso haver neles e para eles..., querem assim mesmo que o caminho seja maravilhoso, misterioso e lindo...
Sem direção e leveza, sem pureza e simplicidade, sem os mapas do céu... — o que sobra é o abismo, não o mistério...
Não se deve brincar com tais coisas...
Loucos ou loucas são todos aqueles que dão as mãos para fazerem a viagem juntos..., mas sem o compromisso com os objetivos comuns e com leveza do fazer; sem a pureza do andar, e sem o mapa superior, que, para nós, é o Evangelho: único caminho seguro para que alguém se atreva a atravessar os oceanos...
Esta viagem... é apenas para aquele que tem no coração as veredas superiores, o caminho de cima...
É assim que é...
E quem não andar assim, não deve tomar ninguém pela mão e propor viagem alguma...
Sim, que pelo menos se perca..., se suje... e se abisme sozinho pelas vias da existência..., mas não leve uma vítima para o nada...

Nele, em Quem e de Quem vem tal sabedoria,

Caio
7 de junho de 2009
Lago Norte
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quinta-feira, 18 de novembro de 2010

A quem ousar amar...

Rio de Janeiro, 12 de novembro de 2010

A quem ousar amar...

Amor... Alguns poetas dizem ser bicho traiçoeiro, causador das mais complexas, estranhas, doloridas e avassaladoras emoções. Certamente os historiadores dirão que por causa dele reinos foram invadidos, princesas foram seqüestradas, famílias de nobres e plebeus se misturaram ou foram divididas. Outros tantos, quem sabe mais desiludidos ou decepcionados, já alegam não existir o amor e usam a desculpa científica de classificá-lo apenas como um conjunto de combinações químicas e hormonais que evoluiu a fim de garantir a preservação da espécie humana e tentam se livrar desta euforia de amar a todo custo.

Seja como for, aos teimosos e corajosos que ousarem enfrentá-lo, e também a quem ainda tem medo ou dúvidas, tenho algumas considerações a fazer...

Já fui vítima tanto de amar de mais, como de amar de menos. Já fui pego de surpresa com medo de não ser amado e também de não estar amando. Já me frustrei, já chorei, já me arrependi... Já me precipitei e travei tantas vezes que nem sei contar. Já falei antes de pensar e já pensei sem falar... Entretanto já me alegrei e vi bichinhos, corações e o rosto da pessoa amada nas nuvens muitas outras vezes ao som de suspiros e canto de passarinhos imaginários.

Quem ousa amar tem de fazê-lo de peito aberto, sem reservas, assumindo o risco sim! Não ame querendo amor em troca! Apenas ame e se dedique no fazê-lo! Amor não é moeda ou investimento, não espere ser amado apenas porque você também ama. Vá amando, se entregando, se abrindo por completo. Quem ama por querer amor em troca, invariavelmente, acaba se frustrando muito, porque confunde amor com carência afetiva, o que definitivamente não é nada bom. Geralmente estas pessoas só conseguem perceber amor com atitudes e devoções iguais as suas próprias e não conseguem sentir o amor dito ou oferecido de uma forma diferente da sua.

Há quem diga que não devemos nos apaixonar, que não se deve dizer “eu te amo!”, não se deve amar com o coração assim tão aberto, que deve se manter uma certa razão e distância segura para não correr o risco da vulnerabilidade, da exposição a um amor não correspondido ou ofendido. Eu discordo! Tal discurso só revela a infantilidade de não conseguir suportar um “não” ou o medo da dor, como aqueles adultos patéticos que ainda hoje têm medo de injeção.

Amor só é amor mesmo, quando vivido plena, apaixonada, verdadeira, confiante e libertadoramente; com aquela sensação inconfundível de eternidade de bem. Ele não precisa vir todo de uma só vez, mas pode ser cultivado, tratado, afagado, regado como uma plantinha. Pode começar de um sorriso, de um carinho, de um abraço e ir crescendo lentamente até virar encanto, admiração, poesia, beijo, saudade e aquela vontade irresistível de passar horas e horas com a pessoa amada mesmo que ela tenha outros motivos para viver ou coisas a fazer além de estar com você.

Ame, ame muito! Mas, ame com foco! A única responsabilidade que se deve ter ao amar com tanta intensidade é o compromisso com a verdade, a lealdade e a fidelidade. Procure identificar a diferença entre o amor companheiro e a simples aflição de tesão passageira. Esta é a única hora em que o coração deve obrigatoriamente dar lugar à razão. Quem ama, certamente se entorpece de desejos, sonhos e pensamentos ofegantes. Não é pecado, muito pelo contrário, faz bem, é saudável querer se entregar ao amor, mas ele se plenifica e ganha raízes profundas seguras na alma e se completa somente à medida que damos prioridade e exclusividade a quem se ama.

Aqueles que vivem de tesão e não de amor indubitavelmente tornar-se-ão pessoas amargas e enrijecidas, carcomidas de bichos por dentro e frígidas de alma no futuro. Poderão contabilizar até um grande número de conquistas, coitos, cafajestagens e admiração sexual, mas doloridas e machucadas por dentro de falta de amor genuíno, doado e compartilhado até as últimas conseqüências.

É muito fácil cometer este equívoco, a confusão pode começar de modo muito sutil, mas a fidelidade não é a falta de atração/tentação sexual por outra pessoa além daquela a quem amamos, mas sim a escolha madura, racional e objetiva de amar escolhendo até mesmo orientar nossos desejos mais íntimos em direção a quem amamos.

Não espere também que os amores do passado se repitam ou sejam encontrados e buscados nas novas relações, não permita fantasmas! Viva um amor de cada vez! Não tenha medo ou reservas em se dedicar com exclusividade.

Por outro lado, confie sempre! O coração prega muitas peças em quem tem medo de amar. Um gesto de amor do(a) companheiro(a) pode facilmente ser confundido com desamor ou desafeto. Antes de julgar, aprenda a depositar confiança mesmo que as aparências digam o contrário. O amor tende a se enfraquecer muito quando há desconfianças sejam elas fundadas ou infundadas.

Aos que já encontraram um grande amor, digo que é muito fácil perder a admiração e o ar de fantasia com o tempo... Aquele vulcão da conquista e das descobertas amorosas pode dar lugar a um lago tranqüilo e às vezes até monótono. Mas o amor é o caminho entre o vulcão e o lago mesmo, tanto faz em que direção você queira ir o importante é não parar de andar de mãos dadas. O príncipe às vezes pode virar um sapo e a cinderela voltar pra casa com uma abóbora ao invés da carruagem, mas vai depender do trabalho árduo e dedicado dos dois outrora intensos amantes a conquista e a reconquista diária da fantasia inicial, do vulcão e dos momentos de perder o fôlego. Há coisas muito interessantes tanto no vulcão como no lago, o gostoso não é estar lá ou aqui, o bom e prazeroso é o esforço correspondido para continuar a caminhar juntos. Em outras palavras, não se permita perder a capacidade de se surpreender com a pessoa amada mesmo nas coisas mais corriqueiras e normais!

Encontrar alguém que queira andar de mãos dadas com a gente e queira espontaneamente dar este mesmo amor sem medidas é um presente de Deus a ser valorizado e agradecido todos os dias.

Aos que ainda não encontraram... alguns conselhos: ame primeiro a você, cuide-se, enfeite-se, curta-se, valorize-se, encontre o prazer da auto-suficiência de não precisar de nada além de você mesmo para se sentir uma pessoa amável , aprenda a não ter medo de se amar e investir em projetos pessoais. Em segundo lugar, seja menos exigente com você e principalmente com quem se propõe a amá-lo(a), não existe amante perfeito, nem mesmo você conseguiria sê-lo. Então, não digo que você deva se conformar cegamente com o que conseguiu [ou não] até aqui, como se você não fosse capaz de encontrar algo melhor, mas não inicie sua procura buscando alguém ou um amor à sua altura, pode ser decepcionante. Para falar a verdade, nem procure! Deixe o amor surgir naturalmente! Por fim, não fique medindo ou comparando sensações, não avalie a importância de alguém na sua vida pela sensação que ela lhe causa, mas pelo bem que ela pode provocar. Resumindo... Apenas se abra sem medo ao amor. O resultado da descoberta só vem com o tempo. Sim! É um risco!


O Deus que criou o amor te abençoe rica, poderosa e sobrenaturalmente!


Pablo Massolar

Rev. Caio Fábio Ainda Fala - 25











O FRUTO DO CONHECIMENTO, A FIGUEIRA E O HOMEM…‏

O fruto da Árvore do Conhecimento é algo que todo mundo já comeu, mas não sabe de que árvore seja...
Entretanto, se fosse importante, talvez eu me aventurasse a dizer que era o Figo...
Sim, pois, seria natural que Adão e Eva se vestissem com as folhas mais próximas que encontrassem uma vez que se sentiram nus...
Cobriram-se de folhas de Figueira...
No livro de Enoque o fruto é um Tamarindo...
Na versão do Velho Testamento para o Latim, a Vulgata Latina, o fruto é a Maçã; provavelmente em razão de que Maçã em Latim é Malus e a palavra Mal é também Malus...
Além disso, a cultura bíblia só veio a conhecer a maçã bem depois do texto do Gênesis está escrito...
De fato, o fruto é nascido na mente...
A Árvore que um dia serviu de referencia para o ato de transgressão não era quimicamente e vegetalmente importante...
A importância daquela Árvore estava e está na mente...
É a transgressão que faz dela a Árvore do conhecimento...
Sobre as folhas da Figueira, diria que me chama a atenção o fato de que as mesmas folhas foram outra vez objeto de ilustração espiritual em Jesus, nos evangelhos...
É a Figueira sem fruto, mas cheia de folhas para encobrir a nudez...
Sim, sendo que a Figueira é uma árvore que só abre as folhas depois que já deu fruto naquela estação...
Na Figueira o fruto precede a folha quando chega a hora da árvore parir...
Aquele Figueira de Jerusalém estava cheia de folhas antes de ser a estação dos frutos...
Todas as demais Figueiras de Israel estavam nuas, apenas esperando o fruto brotar...
Aquela, porém, vestiu-se de folhas, como Adão ao ouvir a voz de Deus...
Além disso, a Figueira também era símbolo de Israel...
Israel e Adão estavam na mesma...
Vestindo-se de folhas de Figueira para encobrir sua nudez aos olhos de Deus...
As folhas de Israel eram feitas da Figueira da Religião das aparências...
As folhas de Figueira são as coberturas naturais de todo homem culpado, mas sem a disposição de dar fruto de arrependimento...
Assim, a história do Gênesis tem seu gênesis existencial todos os dias...
Adão é todo o mundo...
Deus, porém, mostra em Jesus que Seu modo não mudou...
Diante de Deus nenhuma nudez é castigada, mas toda dissimulação o é...
Apenas pense nisso!...

Nele,

Caio
30 de julho de 2009
Lago Norte
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Leitura complementar:
SENDO SALVO DA CAMUFLAGEM DE "SER"
TODA NUDEZ SERÁ CASTIGADA: A SÍNDROME DA FIGUEIRA SEM FRUTO!
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quarta-feira, 3 de novembro de 2010

INTOLERÂNCIA POR MOTIVO DE RELIGIÃO

Helci R. Pereira


Seria a atitude mental ou a ação caracterizada pela
Indisposição de admitir e de respeitar a crença alheia,
Por ser contrária às nossas convicções,
Por divergir do sistema religioso que esposamos.
Consistiria, em nível mais intenso, impetuoso, extremo,
Num maltrato persistente, direcionado a pessoa ou grupo,
Em face de sua filiação a determinada agremiação de fé.

Tal intolerância tem se materializado, na história, em termos
De perseguição velada, disfarçada,
De prisões ilegais,
De espancamentos,
De torturas,
De execuções não justificadas,
De negação de benefícos e direitos,
De confisco de bens,
De iconoclastia, etc., etc.

Vejamos alguns exemplos de intolerância, encontradiços
Aqui, ali, alhures, no perpassar dos tempos:
1 Escribas e fariseus hipócritas não toleravam a Jesus,
Tudo fazendo, quando lhes eras oportuno, p’ra o recriminar;
2 Os chefes das sinagogas, em Jerusalém, nem podiam se conter,
Fazendo, quanto podiam, p’ra Jesus em falta apanhar.
Mais tarde, vítimas da intolerância, muito vieram a penar;
3 A intolerância causou aos cristãos maus tratos, agressões e mortes,
Nos tempos do Império Romano, até Constantino I,
Quando veio o cristianismo a ser religião oficial;
4 Posterriormente, sofreram perseguições movidas pela intolerância
Muçulmana, Hindu e por Estados ateistas como a Rússia;
5 A partir do século XVI, os Cristãos Reformados, Protestantes,
Tornaram-se vítimas constantes da intolerância da Contra-Reforma;
6 Os pioneiros mórmons de Ohio, Missouri e Illinois, no Tio Sam,
Suportaram na pele, no século XIX, o azorrague da intolerância,
Quando muitos deles até suas residências vieram a perder;
7 No Brasil, até a década de 60 do século XX,
A prática religiosa negra e a Umbanda Reformada,
Foram passivos de intolerância, foram perseguidos
Pelas chamadas Delegaciaas de Costumes,
Posteriromente pela “Delegacia Nacional de Defesa da Fé”.

São, ainda, expressões de tal INTOLERÂNCIA:
O desrespeito aos direitos de qualquer cidadão ou cidadã,
Ou de um grupo de pessoas
Por motivo de crença ou prática religiosa;
A existência, em currículos escolares, de elementos que
Induzam a promoção do ódio às pessoas de diferente fé;
A não aceitação do pluralismo e do diálogo com os que têm
Cosmovisão diversa e Percepções não semelhantes;
A atitude religiosa monopolista pela qual não se aceita
num determinado território qualquer outro Credo.

O Nordeste e os Evangélicos já Fazem a Diferença no Brasil



O Brasil como um todo, deve está precisamente consciente de que o Nordeste faz diferença na questão da decisão das eleições. O Nordeste é uma região no Brasil que sempre sofreu uma discriminação por parte dos estados do Sul e Sudeste. Já houve até sugestão e estudo para si dividir destes as regiões do Norte e Nordeste, porém, isso não vingou. O nordestino sempre sofreu preconceitos de vários os tipos por parte de nossos irmãos do Sul como assim é chamado. Agora, há uma grande lição para todo o Brasil com relação à eleição de Dilma Ruesseff. Podemos afirmar categoricamente que o NE fez a diferença. Ela ganhou em todos os estados do Nordeste. O NE foi o referencial, foi o coeficiente. Inclusive, quanto à questão da porcentagem em relação ao candidato Serra. O NE tem liderança política e cabeça pensante. O NE está liberto do voto de cabresto. E podemos afirmar categoricamente o NE é mais Nordeste.
Quanto aos evangélicos, no Brasil já se somam mais de 40 milhões. Se este povo se unir, certamente será um referencial e coeficiente para se decidir qualquer eleição tanto majoritária como presidencial. Isto foi constada agora na eleição no primeiro turno, onde Marina Silva conseguiu uma votação estupenda com relação a sua primeira experiência como candidata a presidência da República. Apesar de alguns direcionamentos que houveram, porém, no Brasil já é possível dizer que a ala protestante é um referencial que queiramos ou não.
Portanto, esses dois proeminentes NE e Evangélicos já são assuntos para serem analisados e estudados por nossos cientistas políticos.

Rev. Cornélio Gonzaga

Rev. Caio Fábio Ainda Fala - 24


QUEM É O VENCEDOR DE DEUS?‏

Na realidade o “vencedor” do Livro do Apocalipse é um grande derrotado histórico.
Sim, pois escolher buscar ser vencedor segundo Deus é assumir que se será um perdedor aos olhos dos homens.
Depois que Jesus disse que “o que é elevado entre os homens é abominação aos olhos de Deus”, e, sobretudo, depois que Ele disse aos discípulos que desejavam ter “o poder dos governadores” que entre eles [nós] “não é [seria] assim” — estabeleceu-se o paradigma.
Além disso, Ele também deixou claro que o caminho do vencedor era na direção da Cruz.
Portanto, não dá para ser um grande campeão dos homens e, ao mesmo tempo, ser um vencedor de Deus!
Esta é a radicalidade da escolha que se faz no Evangelho.
Quem deseja louvor de todos, aplausos sempre, amigos a qualquer preço, poder sob nobres pretextos [ou nem tanto], e diz orgulhoso “que não leva desaforo para casa”, esse jamais será discípulo de Jesus.
Quem tem orgulho de qualquer coisa também não pode ser discípulo de Jesus!
O discípulo é um ser morto para o mundo e vivo para Deus, e, no mundo, deseja se doar apenas àquilo que expresse o amor de Deus.
A alegria do vencedor segundo Deus não está no mundo, mas no que na pessoa se construa, e também que o fruto de sua vida seja sempre o mesmo: bom e cheio de vida.
O vencedor de Deus persevera no bem custe o que custar!
O vencedor de Deus é aquele que se impressionou tanto com a glória de Deus que já não está sujeito aos encantos do que seja apenas passageiro..., mas que cobra um preço alto pela prova, pela dentada...; por vezes preço eterno.
O vencedor de Deus somente se paga com alegrias eternas, ainda aqui no tempo/espaço.
O vencedor segundo Deus é aquele que prefere a alegria dos anjos aos aplausos humanos.
Assim é o caminho do vencedor de Deus, e que nunca será o campeão do mundo!

Nele, que venceu dizendo-nos: “Segue-me”,

Caio
13 de julho de 2009
Lago Norte
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USE SUA PRÓPRIA VONTADE…‏
De: leitura@caiofabio.com (leitura@caiofabio.com)
Enviada: segunda-feira, 27 de julho de 2009 11:51:59
Para: profgonzaga@hotmail.com (profgonzaga@hotmail.com)

O ensino acerca de Deus como milagreiro e do encontro com Deus como emoção e pirotecnia, tem feito com que quase ninguém mais ache que a sua própria vontade, sua volição, sua decisão, seu querer contra o desejo — tenha o poder de fazer o que Deus manda que seja feito por nós, para o nosso bem, com ou sem emoção.
Assim as pessoas ficam a vida toda pedindo que Deus mostre e faça a Sua vontade em suas vidas!...
Sim, espera-se que Ele mostre Sua vontade [a qual já está revelada; e, por isto, não se precisa perguntar qual seja, e sim apenas realizá-la como bem para nós]; e, também que nos dê um poder sobrenatural [e que nem mesmo seja nosso ou requeira nós participação] — do contrário nenhum de nós se dispõe a levantar, tomar o leito e andar...
Se fosse com os aleijados de hoje Jesus teria que levantar o individuo e forçá-lo a caminhar; pois, sem uma mão de Deus não adianta o mandamento de Deus!
Entretanto, há um poder de vontade no homem que precisa ser exercido até ao seu limite, a fim de que o poder de Deus se manifeste em nós — isto quando nosso poder de vontade e prática se direcionam para a realização da vontade já revelada de Deus como mandamento.
Deus opera em nós o querer e o realizar segundo a sua vontade que opera em nós. Mas é em nós que o poder opera. Portanto, é de nós que deve proceder o exercício de tal vontade de Deus.
Sim, tal poder opera em nós como vontade de Deus engendrada em nós.
Todavia, a vontade de Deus não tem que ser emocionante para ser obedecida.
A emoção de Abraão levando Isaque para o Moriá não era romântica em nada...
Jesus disse:
“Se sabeis estas cosias..., bem-aventurados sois se as praticardes”.
Não se vê Jesus carregando pessoas. Vê-se Jesus curando pessoas e pondo-as para andar.
Mas tem gente que não quer ser curada; e se Jesus lhes disser que estão curadas, e que, portanto, andem, ainda assim dirão: “Senhor, me leva no colo; pois eu não consigo”.
Deus nos deu vontade.
Deus nos deu poder.
Deus nos assiste com o poder da fé.
Mas o homem tem que andar... Tem que se levantar... Tem que querer ser curado para usufruir o poder de Deus como cura.
O ensino do Evangelho impõe que o homem use todos os seus recursos na decisão de fazer a vontade revelada de Deus; seja ela qual for... E se algo me for maior, então, devo saber que terei sempre o poder me transcende, mas, para isto, devo antes ter me posto a caminho, com as forças que me facultarem o ato consciente de obedecer.
Pense nisso!

Nele,


Caio
26 de julho de 2009
Lago Norte
Brasília
DF
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A fé que dá emprego e prosperidade


Modelo baseado na fé ensina populações
rurais pobres a usar o ofício para sair da pobreza.


Um dia o missionário Canadense Don Kantel colocou 400 pintinhos em um recinto fechado em Mieze, aldeia de 20 mil habitantes, ao norte de Moçambique, todas as crianças da aldeia se reuniram para assistir curiosas ao que aconteceria a seguir. Antes da remessa de pintinhos chegar, Kantel preparou metodicamente o recinto e explicou aos moradores o processo de alimentação e fornecimento de água aos frangos, bem como a limpeza regular do espaço. Os Moçambicanos não entenderam por que alguém faria todo este trabalho por algumas aves magras. Galinhas correm soltas na África, comendo o que encontram, principalmente insetos e lixo. Mas ninguém se importa com elas.

Kantel e sua esposa, Elizabeth, especialista em cuidar da saúde em comunidades, estavam determinados a criar um modelo híbrido para transformar a vida entre as famílias mais pobres da África, através da geração de empregos e de esforços evangelísticos. Por meio da Iris Ministries, uma missão para crianças órfãs e vulneráveis, os Kantels ajudaram a lançar tal modelo em Mieze. O projeto reúne agricultura, criação de animais, cuidados de longo prazo a órfãos, educação e uma igreja recém instalada, tudo de maneira economicamente sustentável.

A maior parte de sua vida, Kantel foi, por suas palavras, “como um elitista”, um acadêmico que fundou a St. Stephen’s, uma pequena universidade Cristã em New Brunswick, Canadá. Ele demonstrava pouco interesse no destino dos pobres rurais. Quando pensava sobre a questão da pobreza, argumentava que os pobres provavelmente eram os autores de sua desgraça. Ele nunca imaginou a si mesmo como um “Don Papa” – um cientista político aposentado sujando as mãos no combate à pobreza.

Kantel sorriu ao ver os pintinhos a solta correndo. Tudo estava indo conforme o planejado. Mas antes que o dia terminasse, Don e Elizabeth enfrentaram uma crise. Os ventos começaram a uivar, nuvens de tempestades se formaram e tiveram início as chuvas torrenciais. Um ciclone potencialmente mortal se deslocou do Oceano Índico. Tempestades como essas podem trazer ventos de cem milhas por hora e provocar enchentes catastróficas. As galinhas estavam presas na chuva fria, assim como seus filhotes amontoados. Seus abrigos ao ar livre ofereciam pouca proteção. Kantel temia que a tempestade pudesse aniquilar o projeto. Correu para dentro do recinto e recolheu alguns pintinhos. Como deixou o projeto naquela noite, teve certeza de que a população de frangos remanescente seria dizimada pela manhã, assim como as perspectivas dos criadores de frango.

Ajuda para o comércio – Enquanto Kantel esperava a tempestade passar em sua casa e de Elizabeth, próxima da aldeia, sua mente relembrava os progressos impressionantes obtidos pelas crianças de Mieze durante os últimos 14 meses. Em 2007, no início do projeto, cerca de 60 crianças se mudaram para novas casas. Elas eram apenas como muitas outras crianças de Moçambique, abandonadas devido à recente guerra civil, portadoras do vírus HIV/AIDS ou vivendo na pobreza extrema. Não possuíam outra coisa se não os trapos esfarrapados que vestiam.

A maioria estava completamente perplexa com seu novo estilo de vida. Nunca haviam dormido em uma cama, comido três refeições ao dia, acionado um interruptor de luz, ou visto o próprio rosto em um espelho.

“Algumas das crianças foram muito arredias. Outras muito agressivas”, diz Kantel. “Todas vieram de contextos de privações inimagináveis, e algumas também foram vítimas de abuso”. Poucos meses depois de se mudar para o complexo, as crianças estavam bem vestidas, bem alimentadas, mais sociáveis, saudáveis e felizes.

Sempre que Kantel acordava pela manhã, pedia a Deus que fizesse daquele dia uma oportunidade para ajudar as crianças a se tornarem líderes em sua geração – foi assim que começou sua ideia para a criação de frangos.

Para a comunidade de Mieze crescer e prosperar, seus membros precisam aprender como fabricar produtos de qualidade para vendê-los. O comércio, o intercâmbio de bens e serviços através da fronteira, é um meio de combater a pobreza crônica, no contexto da aldeia. Quanto maior o mercado para o qual se pode vender, mais postos de trabalho podem ser criados.

Moçambique geralmente está entre as dez nações mais pobres do mundo. O país obteve a independência de Portugal em 1975, após 400 anos de domínio colonial, o qual trouxe a escravidão e a discriminação generalizadas. Uma guerra civil teve início e o país caiu nas mãos de uma facção Marxista que nacionalizou a economia e negociou com a União Soviética. Após a queda desta, em 1991, muitas indústrias foram privatizadas por reformadores Moçambicanos. Mas a economia do país se mantém muito fraca.

A taxa de desemprego é alta, e 80% dos seus 21 milhões de habitantes sobrevivem da agricultura de subsistência. A maioria dos Moçambicanos vive com uma colheita escassa e sofre com a fome. Enquanto o auxílio global dá lugar à ajuda alimentar e à assistência emergencial para os Moçambicanos (como fizeram após o Ciclone Eline, em fevereiro de 2000), as organizações de socorro geralmente não são preparadas para criar negócios sustentáveis que ofereçam empregos de longa duração.

A Organização Mundial do Comércio (OMS), vendo as limitações dos programas tradicionais de ajuda, organizou em 2005 uma iniciativa chamada Aid for Trade (Ajuda ao Comércio). Seu objetivo era auxiliar os países pobres no “fortalecimento de suas economias, através do desenvolvimento da capacidade produtiva, permitindo assim que exportassem mais”. O aumento do comércio e das exportações oferece um grande potencial para tirar as pessoas da pobreza.

Mas o comércio não é o remédio para todos os males, pois traz problemas que a tradicional ajuda direta não traz. Por exemplo, de maneira diferente, algumas nações carentes, como o Sudão e o Quênia, têm fortes exportações (petróleo, café). Mas o sistema de comércio ás vezes deixa os trabalhadores locais soterrados em favor de agências governamentais e corporações multinacionais. O governo do Sudão usa 70% de seus lucros com o petróleo para ampliar sua força militar.

Além disso, programas de comércio no contexto das aldeias são difíceis de sustentar, devido a diversos fatores incontroláveis (guerras, secas e corrupção política) que muitas vezes interrompem o progresso. Mas, se as desigualdades do comércio são minimizadas e tais programas criam raízes, geram postos de trabalho duradouros.

Serra Leoa, com suas exportações de gengibre, está entre os países Africanos beneficiados recentemente pela ajuda de reforço ao comércio. O gengibre é utilizado para conferir sabor a uma bebida local, como especiaria na Europa, e usado como um óleo na Índia. Com uma doação de US$ 100 mil iniciais e três anos de esforço, recentemente, Serra Leoa exportou seu primeiro estoque de gengibre em vinte e dois anos.

Kantel, depois de ver o que os moradores de Mieze poderiam realizar, determinou que os frangos e ovos de galinha seriam um bom ponto de partida. Ricos e pobres em todo o mundo consomem por ano mais de 60 milhões de toneladas de ovos de galinha. Mas a África é o segundo menor continente na produção de ovos. Há muito espaço para crescimento. A África do Sul, vizinha de Moçambique, tem a maior economia da África e, recentemente, estabeleceu uma meta de duplicar sua produção e consumo de ovos de galinha.

A próxima geração – Depois de passar a noite sem dormir preocupado com os pintinhos no ciclone, Kantel retornou cedo ao projeto Mieze na manhã seguinte.

As crianças e os funcionários do projeto moçambicano o saudaram com entusiasmo. Eles permaneceram acordados durante toda a noite no abrigo a céu aberto, secando, aquecendo e protegendo os pintinhos. Quase todos haviam sobrevivido.

No processo, as crianças tomaram posse do projeto. Daquele dia em diante, elas – agora com mais instrução – começaram a administrar o galinheiro por si mesmas. Todos os dias sentam no interior do recinto, aguardando com expectativa. Quando um ovo é colocado, elas saltam para pegá-lo e imediatamente o colocam em uma geladeira para vender no mercado local.

A granja agora está em seu próspero terceiro ano de funcionamento. No início de 2008, o primeiro ciclo de produção foi comemorado com uma festa do frango para 500 membros da igreja, além de convidados e moradores de Mieze.

A fazenda também expandiu sua produção de ovos e fez uma parceria com a Technoserve, uma instituição de caridade voltada para o desenvolvimento de negócios, para reduzir os custos de alimentação e de material de alimentação. Neste verão, eles dedicarão mais terras para a granja. No entanto, os olhos de Kantel permanecem fixos no horizonte. Ele disse que as crianças de Mieze precisarão de empregos e de funções, além de um crescimento da economia, quando completarem 18 anos.

David Bronkema, diretor de programas de desenvolvimento na School of Leadership and Development (Escola de Liderança e Desenvolvimento) da Eastern University (Universidade do Leste), perto da Filadélfia, disse que gosta do projeto Mieze porque “ele busca oferecer oportunidades de empregos futuros, o que é um caminho fundamental para aliviar a pobreza”.

O projeto inclui o desenvolvimento de água potável, um programa de assistência alimentar para outras crianças vulneráveis na aldeia, uma igreja, uma comunidade de saúde e um programa de acesso à escola, além de uma fazenda que a comunidade possa usar para produzir e vender alimentos.

João Juma, um talentoso Moçambicano fundador de igrejas, incorpora o caráter Cristão do projeto Mieze. Seis anos atrás, Juma começou uma nova igreja na periferia da vila. Desde então, a igreja cresceu 300 por cento, e um novo santuário com capacidade para mais de 500 pessoas está quase concluído. Grande parte do crescimento é devido ao trabalho evangelístico realizado com crianças não-Cristãs durante o culto matinal de sábado e os ensinos da Bíblia.

O pastor Juma trabalha junto com os Kantels para integrarem instruções Cristãs na formação profissional. Juntos, eles preveem um momento em que mais jovens poderão explorar suas próprias granjas ou fazendas de caprinos, leite, queijo e carne.

Para os moradores, trabalhar na agricultura e na pecuária proporciona alguma proteção contra o lado negro da globalização, pois seus produtos podem ser consumidos, bem como vendidos no mercado aberto. Este não é o caso do algodão, do ouro e de outras mercadorias que estão sujeitas às oscilações de preços.

Justiça, Emprego e Turismo – Cristãos especialistas em desenvolvimento acreditam que as práticas comerciais injustas ou ultrapassadas muitas vezes trabalham contra os objetivos da ajuda direta de caridade.

Os especialistas observam os seguintes exemplos:

• O comércio internacional movimenta cerca US$ 10 milhões por minuto, mas hoje os países pobres representam apenas 0,4 por cento do mundo do comércio. As Nações Unidas estimam que as regras do comércio injusto negam às nações pobres cerca de US$ 700 bilhões por ano.

• O comércio frequentemente funciona a favor dos países ricos e das grandes corporações. Após uma recente negociação comercial preliminar, especialistas estimaram que os países ricos devem ganhar US$ 141,8 bilhões por ano, enquanto a África como um todo deve perder US$ 2,6 bilhões por ano.

• Subsídios agrícolas nas nações desenvolvidas encorajam a superprodução de certos produtos alimentares como o arroz e o trigo. O excedente é geralmente objeto de dumping nos mercados mundiais, derrubando os preços.

Bronkema disse que quando fala com os evangélicos, sempre pergunta: “O que você acha que causa a pobreza?”. Pouquíssimos mencionam as empresas ou a geração de renda. “A maioria não percebe que não existem empregos”.

Kantel acredita que a pobreza crônica em lugares como Moçambique não será derrotada a menos que os pobres tenham um melhor acesso aos recursos e aos mercados. O comércio agrícola é crucial. O comércio de produtos de origem animal cresceu de US$ 55 bilhões em 2000 para US$ 93 bilhões em 2006. Os países em desenvolvimento representam apenas 20 por cento das exportações mundiais desses produtos. Países como Moçambique tem espaço para aumentar sua participação.

Depois de olhar para possibilidades de comércio para além dos ovos, frangos, carne de bode, manga e limão, Kantel e a Iris Ministries decidiram explorar o turismo, setor de maior crescimento da economia de Moçambique. O rendimento do turismo para 2005 tem crescido 37% em relação ao ano anterior. Eles estão fazendo planos de criação de pequenas empresas e lojas para atender aos turistas e à indústria de serviços.

Isso irá ao encontro do seu desejo de sensibilizar e ampliar o comércio em novas áreas.

Com milhares de kilômetros de costa intocada e uma fauna exótica, as perspectivas para o crescimento do turismo são enormes. Este setor traz consumidores e possibilita o intercâmbio estrangeiro na economia de um país em desenvolvimento.

Através de programas de formação profissional, a Iris Ministries está preparando jovens órfãos para atuar nestes setores. Com a consolidação das leis e as garantias empregatícias, muito mais pessoas podem ter sucesso em fazer parte das 32 mil que já trabalham com o turismo.

O objetivo de Kantel é que mais Cristãos optem por passar as férias em países em desenvolvimento. Mundialmente, o turismo baseado na fé, incluindo missões de curto prazo, gera cerca de US$ 10 bilhões para a indústria por ano. Programas oferecendo uma viagem missionária, que incluem um roteiro turístico, já existem no Quênia e na República Dominicana.

Nesses programas, os visitantes Cristãos têm uma oportunidade bem definida de complementar o voluntarismo com as férias, onde poderão encontrar, no menu do café da manhã, ovos frescos vindos de um vilarejo como Mieze.

Kantel não pode prever um tempo em que a ajuda ao comércio apagará a necessidade de programas de auxílio direto, mas ambas podem complementar-se. Ele disse “a ajuda prudente e equilibrada, que atende às necessidades imediatas e correntes e também às metas de longo prazo e desenvolvimento, é realmente um componente essencial no posicionamento de uma nação para ser um competidor no mercado internacional”.

Cassandra Soars é escritora e vive em Moçambique. É repórter internacional da Christianity Today. Atualmente é mantida por doações do Ministério John Stott.

Traduzido por Joanna Brandão

Tags: africa, emprego, fé, Missões

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