sábado, 13 de março de 2010

O Dilema da Graça - Max Lucado


O Dilema da Graça
Como Deus nos torna retos perante Si? Retornemos à companhia seguradora e façamos algumas indagações. Primeiro: ela foi injusta em rejeitar-me como cliente? Não. Posso ter achado sua decisão ofensiva, desagradável, e mesmo desanimadora, mas não posso chamá-la de in¬justa. Ela apenas fez o que dissera que faria.
Assim fez nosso Pai. Ele avisou a Adão: “Se você comer do fruto dessa árvore, você morrerá” (Gn 2.17). Nenhum sinal obscuro. Ne¬nhum apontamento secreto. Nenhum furo ou termo técnico. Deus não tem jogado conosco. Ele tem sido claro. Desde o Éden, o salário do pecado tem sido a morte (Rm 6.23).
Assim como dirigir descuidadamente tem suas conseqüências, o viver descuidado também as tem. Assim como não tive defesa perante a companhia seguradora, não tenho defesa perante Deus. Minhas lem¬branças me acusam. Meu passado me convence.
Agora, suponha que o fundador da companhia de seguros preferis¬se ter compaixão de mim. Suponha que, por alguma razão, ele quises¬se conservar-me como cliente. O que poderia ele fazer? Poderia fechar os olhos e fingir que não cometi erros? Por que ele não pegou minha ficha e não a rasgou? Duas razões.
Primeira: a integridade da companhia seria comprometida. Ele te¬ria de relaxar o padrão da organização, algo que não poderia nem deveria fazer. Os ideais da firma são valiosos demais para serem aban¬donados. A companhia não pode abandonar seus preceitos, e ainda assim manter a integridade.
Segundo, os erros do motorista seriam encorajados. Se não hou¬vesse um preço para minhas faltas, por que eu dirigiria com cuidado? Se o presidente permitisse minhas falhas, o que me impediria de diri¬gir como bem quisesse? Se ele está disposto a ignorar quaisquer asnei¬ras, vamos aprontar!
É esse o alvo do presidente? É essa a meta de sua clemência? Baixos padrões e motoristas ineficientes? Não. O presidente enfrenta este di¬lema: Como posso ser clemente e justo ao mesmo tempo? Como posso oferecer graça sem apoiar erros?
Ou, pondo em termos bíblicos, como pode Deus punir o pecado e amar o pecador? Paulo tornou isto claro: ‘A ira de Deus é revelada do céu contra toda impiedade e injustiça dos homens que suprimem a verdade pela justiça” (Rm 1.18). lria Deus rebaixar seu padrão para que fôssemos perdoados? Iria Deus olhar para o outro lado e fingir que nunca pequei? Desejaríamos nós um Deus que alterasse as regras e abrisse exceções? Não. Queremos um Deus “em quem não há mu¬dança, nem sombra de variação” (Tg 1.17), e para quem “não há acepção de pessoas” (Rm 2.11).
Ignorar meu pecado é endossá-lo. Se não há um preço por meus pecados, então vamos pecar! Se meu pecado não traz punição, conti¬nuemos pecando! De fato “Façamos males, para que venham bens” (Rm 3-8). É esta a intenção de Deus? Comprometer sua santidade e possibilitar nosso mal?
Claro que não! Então o que é que Ele faz? Como pode Ele ser justo e amar o pecador? Como pode amar o pecador e punir o pecado? Como pode Ele satisfazer seus critérios e perdoar meus erros? Há al¬gum modo de Deus honrar a integridade do céu sem me voltar as costas?

Do Livro - Nas Garras da Graça - Livre

Um comentário:

  1. "Um amigo vem e segura a sua mão ou te abraça. Não perca essa oportunidade - porque Deus veio na forma da mão, do abraço, na forma do amigo".

    (Osho)

    Re desejo uma semana de sonhos e poesia. Beijos M@ria

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