quinta-feira, 11 de março de 2010

Uma mulher nos bastidores de Ultimato

Uma mulher nos bastidores de Ultimato
Publicado em ( Prateleira) por Fernanda B. Lobato às 9:06
Se tivesse de escolher uma mulher para homenagear, seria Djanira, minha mãe. A memória de momentos com ela e do aprendizado a partir de sua vida é uma coleção preciosa para mim. Sempre discreta, nos bastidores, ela tem sido uma pessoa-chave na história de Ultimato.
Estarão sempre comigo estas lembranças:
Sua presença atenciosa na vida das filhas. O apoio dedicado e alegre ao meu pai — ela é sempre a primeira a ler os seus manuscritos. A disponibilidade — “a pessoa mais disponível do mundo”, nas palavras dos netos. As orações diárias pela família, conhecidos e pelo ministério da Editora Ultimato. A força frente a problemas e ao sofrimento. A constância do espírito positivo a despeito de doenças crônicas de familiares próximos. A receptividade aos nossos amigos e aos amigos de nossos filhos, aos universitários forasteiros para quem ela cozinhava, aos colaboradores da editora. A empatia com pessoas em dificuldade transformada em atitudes práticas. O acolhimento sem preconceitos de pessoas diferentes e distantes de seu convívio. A preocupação com a salvação de parentes e pessoas que a rodeiam. O desprendimento em relação a conforto e bens materiais, ainda que tenha vindo de uma família de certa posição. O trato carinhoso que ela dispensa aos netos. A capacidade de encarar e aceitar limitações. O bom humor. O prazer de presentear. A inteligência e perspicácia. A fidelidade a Deus.
De forma inesperada, esta semana ganhei para minha coleção mais uma lembrança preciosa. Após ter participado de uma reunião de oração na igreja (quase só mulheres, que nesse dia foram presenteadas com um bombom), ela veio para a minha casa. Escutávamos a música “Sonho”, de Stênio Marcius (CD "Canções à meia-noite"), que ela ainda não conhecia. Em silêncio e atenciosamente. Ao final seus olhos brilharam, e ela pediu que a repetíssemos. Este é o trecho que a emocionou e também a mim:
O anjo olhava os registros / Visivelmente assustado / E me perguntou: “Foi assim que viveu?” / E eu então respondi que sim / “Então como é que você tem coragem de vir nessa porta bater?” / Eu disse: Olhe bem no final desta lista / Você reconhece esta letra? / E o anjo sorrindo me disse: “é verdade! O Rei escreveu: Perdoado!” [Clique aqui para ver um vídeo da música.]
Identificamo-nos com esta verdade, fruto não apenas de uma teologia assimilada, mas também de nossa experiência real e sentida: nossos pecados foram perdoados por meio do sangue de Jesus! Minha mãe de pronto sugeriu que esta música fosse cantada no culto de 80 anos do meu pai, que celebraremos este ano. Pois também é o que ele tem pregado e escrito durante todos estes anos. Na verdade, a música une toda a família debaixo da mesma des-graça (a inevitabilidade da lista) e da mesma graça (o perdão que vem unicamente do Senhor)!
Klênia Fassoni, diretora administrativa da Editora Ultimato

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